Após polêmicas envolvendo a dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano, os amigos abriram o coração e revelaram uma dura luta contra a depressão
Desde que despontou para o grande público na década passada, a dupla Zé Neto e Cristiano tem sido grandes alvos de polêmicas, especialmente nos últimos anos, quando criticaram a Lei Rouanet e a cantora Anitta, dando início às investigações da CPI do Sertanejo.
Donos de grandes vozes e sucessos, seu prestígio conquistado até então começou a ser ofuscado pelos escândalos nos noticiários, deboche com a pandemia de Covid-19, piadas preconceituosas em lives, cachês superfaturados e muitos outros fatores.
E, como humanos, Zé Neto e Cristiano sentiram isso e sofreram com duras consequências, que foram além do cancelamento que sofreram na internet, baixa nos shows e revolta do público.
A luta deles foi contra eles mesmo, contra a saúde física e psicológica que não estava em sua melhor fase.
A luta contra a depressão de Zé Neto e Cristiano
Em uma entrevista ao Renato Sertanejeiro, Zé Neto e Cristiano abriram seu coração sobre tudo que aconteceu e impactou sua vida desde então. O primeiro a abrir o jogo foi o segundeiro da dupla, que assumiu ter lidado com um quadro de depressão depois da morte da sua mãe, em dezembro de 2020.
Em meio a este tempo, Zé Neto, completamente viciado na bebida, estava acabando com sua saúde, uma vez que também tomava remédios antidepressivos. Essa foi uma das piores fases da dupla:
“O Zé se tornou uma pessoa completamente descontrolada com o álcool… Aí ele tomava remédio para depressão… Eu vi o Zé no fundo do poço… E o que me martirizava é aquilo: vocês não podem falar, senão vai acabar a carreira… O Zé estava morrendo, e não podia falar. Mas é uma coisa que não tem explicação. É um vazio que vem e você não sabe de onde sai”, desabafou Cristiano.
Em seguida, Zé Neto confirmou os fatos expostos por seu parceiro e confirmou que esteve literalmente no fundo do poço, especialmente após a morte de Marília Mendonça, que foi um choque para todo o Brasil:
“Eu bebia o dia inteiro. Bebia, bebia, bebia… cheguei a ponto de esconder bebida em casa. E remédio, remédio para dormir. Depois da morte da Marília [Mendonça], meus shows eram deprimentes, era muito triste”, disse o cantor sertanejo.
A virada de chave da dupla sertaneja
A situação deprimente em que a dupla sertaneja se encontrava logo foi dando lugar para uma mudança de comportamento, especialmente quando Cristiano descobriu, ainda na gestação do seu terceiro filho, que ele foi diagnosticado com uma cardiopatia grave.
Neste momento, Cristiano teve uma conversa com Zé Neto o pedindo para decidir o que queria da sua vida, o que serviu como um verdadeiro choque de realidade para o marido de Natália Toscano:
“Eu pensei: ‘O cara está lutando pelo filho dele, e eu estou sofrendo aqui por quê? Estou morrendo por quê?’. E essa vontade do Cris de ver o filho dele viver, de lutar, de rezar, me despertou a vontade de rezar também… aí eu parei de beber!”, disse Zé Neto.
Nesta fase, a espiritualidade foi de grande importância para ambos: “Quando a gente começou a rezar pelo Miguelzinho, fazer as correntes de oração, a gente viu como a gente começou a ficar bem… E esse foi o propósito da nossa vida: entregar nas mãos de Deus e fazer o nosso melhor”, acrescentou o cantor.
Zé Neto e Cristiano se converteram e apegaram à Deus
A chegada do momento difícil para os cantores serviu para que eles se reconectassem com sua fé. Zé Neto e Cristiano deixaram as polêmicas de lado, a bebida e declarações controversas em cima dos palcos para se dedicarem à espiritualidade.
A responsável por isso foi Paula Vaccari, esposa de Cristiano, que fez com que a dupla frequentasse a igreja católica: “A minha esposa conseguiu me resgatar de volta para a Igreja e o Zé veio junto. Foi incrível! É o melhor momento da nossa vida, é um momento de superação”, celebrou o segunda voz.
Enquanto isso, o primeira voz acredita que tudo isso que passou serviu de ensinamento para sempre seguir os caminhos de Deus: “Eu tinha tudo, só que eu não tinha uma coisa, que eu achava que eu tinha: eu não tinha Deus presente na minha vida como eu tenho hoje”.
