O autor Bruno Luperi corrigiu um dos deslizes de O Rei do Gado ao redefinir os rumos de Tião (Irandhir Santos) em Renascer. Após se unir a outros ativistas sem-terra, o esposo de Joaninha (Alice Carvalho) confronta não apenas Egídio (Vladimir Brichta), mas também Inocêncio (Marcos Palmeira).
Em 1996, Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) recebeu críticas pela excessiva benevolência com a invasão do MST em suas terras. Benedito Ruy Barbosa, autor da novela das nove da Globo da década de 90, foi questionado por criar um “latifundiário bonzinho”, recebendo críticas tanto de defensores da reforma agrária quanto de fazendeiros que temiam incentivar invasões.
Erro de O Rei do Gado é corrigido em Renascer
Conforme Daniel Farad, do Notícias da TV, quase 30 anos depois de O Rei do Gado, Bruno Luperi aborda a questão com uma nova perspectiva para Tião Galinha. Conforme antecipado pelo referido site, ele e o diretor Gustavo Fernandez decidiram que o final original — onde o personagem tira a vida na cadeia — não seria adequado para os dias atuais.
O novo contexto obrigou o novelista a adaptar a narrativa, evitando a rejeição ao lado militante do personagem. Até agora, a estratégia tem sido bem-sucedida e o matuto tem um lindo final feliz.
O dramaturgo também merece reconhecimento pela construção dos embates entre Tião e Inocêncio. Embora a relação entre os dois seja menos tensa do que com Egídio, há uma fascinação mútua pelo cramulhão.
Representação mais equilibrada na novela das nove da Globo
As cenas refletem as críticas ao remake de Pantanal, onde José Leôncio (Marcos Palmeira) criticava o avanço do agronegócio, mesmo sendo um dos grandes pecuaristas do país. Luperi aprendeu com as críticas e criou uma representação mais equilibrada em Renascer.
