Os telespectadores que estão acompanhando o remake de Renascer verão nos próximos capítulos que Tião Galinha (Irandhir Santos), personagem icônico da novela, assumirá um papel crucial na representação das lutas sociais e da morosidade da Justiça no Brasil.
Esta nova trajetória marca uma evolução significativa do personagem em comparação com a versão original de 1993, onde ele encontrou um fim trágico.
Tião, que já havia sido injustamente preso, foi liberto desta vez pela intervenção de Kika (Juliane Araújo) e José Bento (Marcello Melo Jr), contrastando fortemente com seu destino na versão de três décadas atrás. Na ocasião, após ser preso injustamente, o personagem ceifou sua própria vida na cela. Desta vez, Bruno Luperi, autor do remake, decidiu polpar a vida do ex-catador de caranguejos.
Em cenas que estão previstas para ir ao ar no próximo dia 1º, Tião Galinha se envolverá ativamente na crítica contra a falta de políticas eficazes para a redistribuição de terras rurais. Suas falas ganharão força à medida que ele se torna porta-voz de uma parcela significativa da população que sofre com a ineficiência do sistema judicial.
Um diálogo marcante entre Tião e o pastor Lívio (Breno da Matta) ilustrará profundamente essa temática. Tião, preocupado com o futuro dos trabalhadores sem terra após o fim do serviço na fazenda de João Pedro (Juan Paiva), questionará a demora na tramitação dos processos de liberação das terras para cultivo. “Quantas ôtra safra de quantos ôtro coroné vâmo tê de coiê até podê tê uma que seje nossa?“, expressará Tião, criticando a lentidão e a parcialidade da Justiça que favorece os mais poderosos.
Tião também manifestará sua frustração com a política, refletindo sobre a desigualdade nas decisões judiciais e o impacto disso na vida dos menos favorecidos. “Mas eu acho que a caneta que a Justiça usa tá ocupada demais assinando os documento em favor dos poderosos“, dirá, expondo a discrepância entre as necessidades da população e as ações dos que estão no poder.
A resposta de Lívio, pedindo que Tião não perca a fé, traz à tona a complexidade emocional e espiritual enfrentada por aqueles que lutam por justiça social. Tião, embora desencorajado, responde de maneira tocante: “Eu num perco a fé, não sinhô… Eu só num sei mais o que fazê com ela“.
Ao contrário do que foi pensado inicialmente por Luperi, Tião não perderá Joana (Alice Carvalho) para Zinha (Samantha Jones). A cozinheira acreditou na inocência do marido em sua prisão e está cada vez mais orgulhosa dessa nova fase dele. Segundo Márcia Pereira, colunista do Notícias da TV, Tião ainda pode morrer na fase final da trama, mas dessa vez como um herói.
