‘Papanicolau’ no ânus: procedimento rastreia infecção e previne câncer; quem deve fazer?
O HPV (papilomavírus humano) é um fator de risco para vários tipos de câncer, incluindo o câncer anal. Para rastrear e prevenir essa doença, uma das opções é o exame de citologia anal, o ‘Papanicolau’ no ânus.
Essa técnica tem o mesmo objetivo do Papanicolau realizado em pessoas com útero. A diferença está na região examinada: no caso, o ânus, em vez do colo do útero. Ambos os exames procuram identificar lesões causadas pelo HPV que, se não tratadas, podem evoluir para câncer.
Embora os dois exames tenham objetivos semelhantes, eles têm impactos diferentes. Enquanto o câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais comum entre mulheres (excluindo tumores de pele não melanoma), o câncer anal (que não deve ser confundido com o câncer colorretal) é considerado raro, representando de 1% a 2% de todos os tumores da região colorretal, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por isso, a citologia anal geralmente não recebe tanta atenção quanto o Papanicolau.
No entanto, algumas pessoas devem fazer o exame pelo menos uma vez por ano, especialmente homens que fazem sexo com homens (HSH) que vivem com HIV. Isso ocorre porque a prática sexual anal é mais frequente nesse grupo, e a imunidade é mais comprometida pelo HIV, o que aumenta o risco de complicações.
Embora ainda não haja um consenso científico sobre o assunto, outras pessoas também podem se beneficiar do exame em algum momento da vida. Isso inclui:
Pessoas com doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn também podem estar em maior risco de desenvolver câncer anal e devem considerar a citologia anal em suas rotinas de prevenção.
Para fazer o exame, é necessário consultar um médico especializado em doenças do colón e reto. O procedimento é simples e rápido, e pode ser realizado no consultório médico. Embora seja um assunto ainda pouco discutido, a citologia anal pode ser uma forma eficaz de prevenir o câncer e salvar vidas.