A Justiça brasileira de 1996 debochou do julgamento pelo assassinato de Ralf (Oscar Magrini) na reta final da novela O Rei do Gado. Na trama, que vem sendo reprisada pela terceira vez no Vale a Pena Ver de Novo, Marcos, interpretado por Fábio Assunção, assume a responsabilidade pelo crime e aguarda o julgamento em liberdade.
A reexibição da novela na Globo mostrará em breve o momento em que ele será levado perante o juiz, interpretado por Paulo Goulart, que considerará tanto a defesa de Marcos quanto a opinião do júri para decidir o destino do réu.
Ralf havia sido espancado pelos capangas de Orestes (Luiz Parreiras), marido de Suzane (Leila Lopes), mas Marcos, movido pelo desejo de vingar sua mãe, enterrou o corpo do gigolô na areia e, durante a madrugada, o mar o afogou completamente. Esses detalhes são lembrados durante o julgamento, despertando a atenção da Justiça e dos advogados da vida real, que criticaram a trama de O Rei do Gado.
Mesmo sendo réu confesso, Marcos é inocentado do crime de homicídio e não é enviado para a prisão. A determinação judicial considera o delito cometido pelo playboy como “vilipêndio de cadáver”, e Marcos pega uma pena leve de apenas um ano de detenção, que pode ser cumprida em liberdade. O crime cometido por Marcos é considerado de menor gravidade do que um homicídio, pois segundo o entendimento do juiz, ele apenas mexeu em um corpo já falecido.
Após ter a certeza de que não irá para a cadeia, Marcos sente um grande alívio e decide seguir em frente com sua vida ao lado de Liliana (Mariana Lima) e seu filho, que já terá nascido nesse momento. O filho de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) também comandará todos os negócios do pai após o julgamento.
É importante ressaltar que, na época da exibição original de O Rei do Gado, muitos advogados e juristas criticaram a decisão do juiz retratada na novela. Afinal, mesmo tendo causado a morte de alguém, Marcos não foi condenado por homicídio. Essa controvérsia gerou um grande escândalo na ocasião e acabou virando piada.
